ADILSON MARQUES O Reiki segundo o Espiritismo
Capítulo III -O reiki sem
mistificação
Ninguém pode destruir esta verdade: Deus está dentro
de você. Saiba descobri-Lo e terá
conquistado a felicidade.
Pastorino
Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta
e se vos abrirá; pois todo aquele que pede,
recebe, e quem procura acha e se abrirá àquele que
bater à porta.
São Matheus (7:7 a 11)
Mas pedi
sinceramente, com fé, fervor e confiança; apresentai-vos com humildade e não
com arrogância, sem o que sereis abandonados às
vossas próprias forças, e as quedas que sofrereis
serão a punição de vosso orgulho. É este o sentido
destas palavras do Cristo: buscai e
acharei, batei e se vos abrirá.
Evangelho segundo o Espiritismo
Por isso vos digo: das riquezas de origem iníqua
fazei amigos, para que, quando estas vos
faltarem, os amigos vos recebam nos tabernáculos
eternos.
Jesus
Este capítulo foi organizado a
partir das respostas obtidas com a espiritualidade que atua na ONG Círculo de
São Francisco, entre os anos de 2002 e 2005. Até onde sabemos, atuam na casa as
seguintes correntes espirituais: as indígenas, os pretos-velhos, as crianças,
as entidades médicas (muitas são mentores da chamada Associação Médico-Espírita),
e três linhas de espíritos orientais (uma do extremo oriente, uma da Índia e
outra representando, simbolicamente, os antigos povos Persas (6). Atualmente, o trabalho terapêutico da ONG tem
se pautado na oferta de quatro serviços complementares: o ensinamento e
aplicação de Reiki, as aulas de Yoga, a difusão do Kefir, um cogumelo de origem
tibetana importante
para regularizar o funcionamento dos
intestinos, e cursos para o cultivo de plantas medicinais.
Fomos orientados para procurar
organizar as informações abaixo na forma de perguntas e respostas, o que
facilita a compreensão do leitor. É o método adotado nos livros de Ramatís e de
muitos outros autores espirituais, além do próprio Livro dos Espíritos, escrito
por Kardec.
A ordem estabelecida para a
apresentação das questões não representa, necessariamente, a ordem em que as
perguntas foram feitas à espiritualidade.
Devemos lembrar que tais respostas, obtidas na ONG, foram também
confirmadas pela espiritualidade que atua em outras casas, aumentando, assim,
nossa confiança de que é através da gratuidade e da preocupação com o
aprimoramento espiritual que o Reiki deve ser difundido, sem mistérios,
mistificações e charlatanismos.
(6) Segundo
alguns videntes, estes espíritos são negros, altos e usam um pequeno chapéu de
forma ovalar e um manto colorido que
desce dos ombros até os pés. Segundo uma entidade indígena, são espíritos que
não encarnam mais na terra e trazem os remédios e os instrumentos que necessitam
diretamente do mundo espiritual, sem precisar manipular as formas etéricas dos
elementos da terra, como fazem nossos irmãos indígenas.
Pergunta 01 – É necessário ser sintonizado no
Reiki para se enviar boas energias e auxiliar na recuperação de enfermos?
Resposta - Para se enviar energia são necessárias três
coisas: o pensamento elevado, a vontade de ajudar o próximo e o amor
desinteressado. Todo o resto é instrumento ou “muletas” criadas pelos homens,
em todos os tempos, para auxiliar neste processo. Poucos estão preparados para
acreditar no poder mental que possuem. Poucos sabem que a mente é uma poderosa
usina. Poucos sabem que é possível direcionar nossa energia para diferentes
fins, inclusive ajudar na cura de um irmão enfermo, desde que este tenha o
merecimento para ser curado através da imposição das mãos, pois nenhuma
técnica, incluindo o Reiki, é capaz de transcender a Lei do carma e o
livre-arbítrio.
Todos, cristãos ou não, sabem que a
plantação é livre, mas a colheita será sempre obrigatória. O que não significa
que Deus seja punitivo, apenas que existe uma verdadeira justiça cósmica
regendo o universo.
A energia utilizada no Reiki é a
mesma que o ser humano, nas mais diferentes e distantes culturas e
civilizações, aprendeu a manipular, dando nomes diferentes e utilizando formas
distintas para tanto. Assim, o que menos importa é o nome da técnica. Porém,
todas sempre funcionarão quando apresentar as três condições básicas:
pensamento, vontade e amor.
Pergunta 02 – A
cada dia aparecem novas pessoas dizendo
que canalizaram símbolos. Muitos são patenteados, inclusive. Mas pelo exposto,
eles não seriam, então, necessários?
Resposta – Esse processo que você
descreve é fruto do orgulho e do egoísmo humano. Deus não pára de criar um só
segundo e nunca repete uma só criação. E, apesar disso, ele nunca assinou
nenhuma de suas criações. Só o homem orgulhoso e egoísta pensaria em patentear
um símbolo que “canalizou”. Esse símbolo pode, de fato, ter existido no passado
e a pessoa, em um estado ampliado de consciência, obtido através da meditação,
pode acessar este símbolo criado em algum tempo remoto. A própria pessoa pode
ter utilizado tal símbolo em alguma encarnação, em algum ritual da comunidade
em que viveu. Você
mesmo não via o crucifixo de São
Damião(7), mesmo sem o conhecer na atual encarnação?
Como já dissemos, no passado, o
homem criava instrumentos que o auxiliavam a manter seu pensamento concentrado
e canalizar sua vontade. Mas hoje, com a evolução mental e moral já alcançada,
pode prescindir de tais elementos gráficos, principalmente, quando utilizados
para charlatanismo e mistificação.
(7) O
espírito comunicante se refere ao crucifixo bizantino que ornava a capela de
Assis, onde São Francisco
teve suas
primeiras revelações espirituais. Durante muito tempo vi tal crucifixo em minha
mente, sem saber o que o mesmo significava. Quando soube que eu já havia sido
um franciscano, por volta do século XVI, e ao descobrir que a imagem mental que
eu via representava um ícone franciscano, nunca mais a vi.
Pergunta 03 – E os canalizadores que afirmam
que foram seres de outros planetas, que foram extraterrestres que lhe
transmitiram os símbolos e que os mesmos lhes falaram para não divulgá-los para
qualquer pessoa, pois seria muito perigoso,
transformando, assim, o símbolo em uma mercadoria cara e disputada, avidamente,
pelos adeptos das seitas Nova Era?
Resposta – Para aquele que paga, há
sempre aquele que vende. O charlatanismo só existe porque ainda há pessoas que
gostam de ser enganadas. Se o canalizador tem essa vontade de “canalizar” um
símbolo que o possa tornar famoso, que dê para ele criar um novo sistema de
Reiki e, além disso, ganhar dinheiro comercializando o símbolo, tudo isso fará
com que ele atraia para o seu lado consciências desencarnadas zombeteiras ou
mistificadoras. Não é ao acaso que vão aparecer seres de “altíssima” evolução
espiritual,
afirmando serem de outros planetas,
com formas bizarras como lagartos e outros bichos, e vão transmitir ao
“canalizador” símbolos com nomes
apropriados para filmes de ficção científica e vão dizer, obviamente, para ele
guardar o símbolo com muito cuidado.
Vão dizer, para estimular a vaidade
do médium, que são símbolos valiosos e que servem para curar câncer ou outras
doenças que, se não podemos afirmar que são incuráveis, podemos garantir que,
dependem, sobretudo, do merecimento do paciente. Sem a reforma íntima, tais
enfermidades, que são as colheitas dos erros do passado, não são curadas.
As toxinas astrais que as originam
só podem ser drenadas a partir do Amor ou da Dor, quando são, então, drenadas
para o corpo físico na forma de graves enfermidades. Por isso não importa se o
símbolo foi transmitido por “Buda”, “dr. Lagarto”, “Saint-Germain”, “Jesus” ou
outro espírito que diz ter vindo de Sírius ou de Júpiter... A toxina será
drenada pelo suor do trabalho amoroso ou pela dor da expiação.
E por que dizem que são símbolos
valiosos? Porque servem para a mistificação, para estimular o orgulho e o
egoísmo do médium invigilante que o canalizou. Jesus e São Francisco usaram
algum símbolo para curar? Não. Eles usavam apenas o grande poder mental que
possuíam e contavam com o amparo da espiritualidade superior.
Pergunta 04 - Mas por que ao
mentalizarmos um dos símbolos do Reiki, automaticamente, sentimos a energia
fluindo e se dirigindo para o paciente? Esse fenômeno sensorial não seria um
indício de que os símbolos funcionam?
Resposta – Em nenhum momento falamos
que os símbolos não funcionam. O que estamos comentando é que não há
necessidade de “sintonização” como vocês fazem nos cursos de Reiki, com tantos
apetrechos esotéricos e rituais. No fundo, será sempre a vontade, o pensamento
e o amor que estão agindo na movimentação da energia. A vontade, o pensamento e o amor antecedem o
desenho do símbolo.
Vamos esclarecer como funciona a
comunicação entre o espírito (mente) e o cérebro. Em primeiro lugar, vocês
devem saber que o ser humano não pensa através de palavras. E, para se
transmitir uma idéia, o ser humano necessita converter o seu pensamento em um
sistema de códigos. Este sistema pode ser na forma de sinais ou imagens
simbólicas, como no caso do Reiki e de tantas outras práticas orientais, ou na
forma de palavras, que também são símbolos (8).
Em qualquer um dos casos, para funcionar, é necessária a decodificação,
ou seja, a interpretação da mensagem. É por isso que a pessoa que não conheça o
símbolo e não saiba para que o mesmo funciona, não vai sentir nada, não vai
enviar energia. Ele não tem ainda a chave para decodificar a mensagem. Seu cérebro e seu subconsciente não sabem
decodificar o símbolo. Ao contrário, o “iniciado” vai movimentar sua energia
vital, sua bioenergia, porque associou ao símbolo, à imagem gráfica, uma
função. Ou seja, ele sabe que ao desenhar um determinado símbolo ele deve dar
um comando inconsciente para o seu duplo-etéreo liberar a energia. Ele está
substituindo a palavra por um outro símbolo, por uma imagem. Pode acontecer
também da pessoa já ter entrado em contato com aquele símbolo em outra
encarnação. Daí, apesar de não se lembrar, ele está gravado em seu perispírito.
Assim, mesmo sem ter passado por um ritual iniciático, a energia será liberada
quando desenhar o símbolo, pois sua mente inconsciente ou seu subconsciente
aprendeu, no passado, como decodificar a mensagem. Agora, mesmo o iniciado no
Reiki, que passou pelo “ritual iniciático”, que aprendeu os infinitos sistemas
de Reiki, mas que desenha os símbolos sem se concentrar e sem vontade, não irá
manipular nenhuma energia. Nada irá acontecer.
A criação de símbolos é uma forma de
codificação. E como o ser humano ainda não é capaz de viver sem símbolos para
se comunicar, eles são muito úteis. E qualquer um pode criar um símbolo e, se
for do tipo malandro, correrá para patentear e inventar uma história bem
mistificadora para ganhar um bom dinheiro com o seu símbolo “sagrado”. Como já
salientamos, no Oriente, esta sabedoria de como a comunicação funciona é
milenar. E o homem ocidental descobriu isso, recentemente. Não se diz que uma
imagem
vale mais do que mil palavras? A
decodificação de uma mensagem através de imagens costuma ser muito mais fácil e
universal do que através de palavras.
(8) No
texto “técnica de comunicação espírita”, de Herminio C. Miranda, este
pesquisador nos informa que: “Se o pensamento deve ser expresso em palavras há
que fazer a escolha da língua; se for em imagens, é preciso decidir quanto à
forma, à cor, ao tamanho e ao processo de divulgação”. E é dessa mesma forma
que os símbolos do Reiki funcionam.
Pergunta 05 – Então é possível criar
novos símbolos e atribuir a eles novas funções?
Resposta – Obviamente. Desenhe uma
imagem e atribua, mentalmente, que ao desenhá-la
você emitirá energia para os pés de
uma pessoa. Sempre que você se concentrar e mentalizar aquela imagem, seu
inconsciente fará o trabalho restante. Ou seja, sua vontade (9)de enviar
energia para os pés será a alavanca necessária para o seu duplo-etéreo liberar
a energia. Porém, não é muito mais fácil
você pensar em enviar energia para os pés, para o peito ou para qualquer outra
parte do corpo da pessoa do que ficar pensando em criar um sinal gráfico? O
homem pré-histórico precisava desenhar um animal na parede e, com sua lança,
“ferir” o animal desenhado para facilitar a caça. Agindo dessa forma,
acreditava que seria muito mais fácil caçar e, realmente, era. Ele estava
canalizando energia para alcançar aquele objetivo. É por isso que o mais
importante é o ensinamento moral que cada símbolo do Reiki possui e não sua
forma, seu desenho.
(9) Em
janeiro de 2005, recebi um e-mail que dizia assim: “eu utilizei o símbolo
Cho-ku-rei invertido com a
intenção de
extrair uma pedra do rim de uma paciente. No dia seguinte, a pedra foi
expelida. Acho que
descobri
mais uma função do símbolo...” Eu li a mensagem do rapaz com carinho e lhe
respondi o seguinte:
“observe
que você relatou que usou o símbolo com a intenção de extrair a pedra do rim de
sua paciente. É aí que reside a resposta e não no símbolo invertido. Foi a sua
intenção de ajudar que canalizou sua bioenergia para esse objetivo. Foi sua
vontade e comando mental e não o desenho do símbolo invertido. Você poderia ter
feito o sinal da Cruz ou qualquer outro sinal. Além disso, se houve esta cura,
foi porque sua paciente teve Fé e Merecimento para que a pedra fosse expelida
sem grandes sacrifícios. Portanto, não foi o símbolo que a curou, mas sua
vontade de ajudar somada com a Fé e o Merecimento da paciente”.
Pergunta 06 – Mas, da mesma forma
que algumas pessoas só conseguem orar se estiverem diante de uma imagem de
santo, não há aquelas que só acreditarão que enviam energia se desenharem um
símbolo? Ou que só através de uma “sintonização” bem cara e ritualizada que
obterão tal poder de auxiliar o próximo?
Resposta – Existem sim. Foi por isso
que dissemos que, enquanto existir quem paga, existirá que venda. Os charlatões
estão por toda parte para ludibriar aquele que não tem conhecimento. Por isso,
a cada dia, surgem símbolos milagrosos e cada vez mais caros. Se no passado o
ser humano comprava indulgências para se livrar do purgatório, hoje se compra
símbolos de Reiki para tudo, de um resfriado até a cura do câncer. É mais fácil
o ser humano acreditar em milagres desse tipo do que na existência do espírito,
da vida após a morte e da reencarnação. É mais fácil pagar por um símbolo do
que procurar se transformar interiormente, mudando o pensamento, os sentimentos
e as atitudes doentias.
Não há problema nenhum em se ter
símbolos (10), o problema está na mistificação que se criou em torno deles.
(10) O
espírito que passou tal informação, e tantos outros que atuam na ONG Círculo de
São Francisco, andam com o Tao (a cruz que também é um ícone franciscano)
pendurado no pescoço. Não deixa de ser um símbolo que identifica tal
agrupamento de espíritos que atuam na seara do Cristo. Além disso, muitos
espíritos das correntes orientais utilizam sinais na testa ou pedras que
simbolizam o tipo de trabalho realizado no astral ou o agrupamento ao qual
pertencem.
Pergunta 07 – Pelo exposto acima, podemos
inferir que não há diferença entre o Reiki e o passe espírita?
Resposta – O nome Reiki se
popularizou na segunda metade do século vinte. Hoje ele é uma realidade
mundial. Não dá para desprezá-lo ou
ignorá-lo. É uma variação metódica do que poderíamos chamar de Fluidoterapia.
E como vocês necessitam de nomes,
poderiam chamar todas as técnicas conhecidas, como o Passe espírita, o Johrey,
da Igreja Messiânica, a Cura Prânica dos filipinos etc. como
Fluidoterapia.
A Fluidoterapia nasceu, na Terra,
com os primeiros capelianos exilados. Gradativamente, eles foram redescobrindo
a forma de manipular a energia cósmica para a cura. E, em cada local, como já
dissemos, inventaram rituais e exterioridades para fazer a manipulação
energética que, no fundo, funcionará sempre através dos três condicionamentos
já apresentados: pensamento, vontade e amor. Se não há diferença no tipo de
energia, há diferença no procedimento. Muitas casas kardecistas fazem o “passe
de cura”, que seria um passe mais
demorado, em uma sala diferenciada, com o paciente deitado em uma maca. O
“passe de cura” funciona como o Reiki, porém, sem símbolos, músicas ou aromas.
Pergunta 08 - Então os símbolos do
Reiki não são necessários para se enviar energia? Os mestres ensinam que sem o
símbolo hon-sha-ze-sho-nen não é possível enviar energia a distancia...
Resposta - Para se enviar energia
não é necessário símbolos, nem para a pessoa presente à sessão ou a distância.
É a nossa mente que faz a ligação com o
enfermo, esteja ele onde estiver. O símbolo é importante porque traduz
ensinamentos morais que ainda são válidos, aliás, muitíssimo válidos para o
mundo de hoje. Vocês precisam se lembrar
que, no passado remoto, no Oriente, para se transmitir ensinamentos, os
verdadeiros mestres usavam símbolos, muitos desenhados em folhas de palma. O
símbolo era um elemento mnemotécnico. É por isso que os livros sagrados do
Oriente falam na existência de centenas de símbolos. Assim, um discípulo que
era preparado para trabalhar com cura, tinha o seu símbolo próprio. Aquele que
manifestava a mediunidade psicofônica tinha também o seu símbolo. Aquele que seria uma espécie de
hipnotizador, preparado para fazer regressão
ou projeção astral, tinha outro, aquele que estava desenvolvendo a
psicometria também... E assim por diante.Em algumas escolas iniciáticas,
conforme o grau de aperfeiçoamento moral (11) do discípulo, ele recebia um novo
símbolo para identificar o estágio em que se encontrava. Na verdade, esse
método “serial” continua até hoje. Ninguém chega até a Universidade se não
passar pelos ciclos anteriores de instrução. E o que são os diplomas? Apenas o
símbolo que identifica o grau de “conhecimento” de cada pessoa. O diploma ou
certificado cria uma hierarquia. Esse era o papel de muitos símbolos.
(11) Veja o
nosso outro livro “Os símbolos do Reiki e seus ensinamentos morais”, também
disponível para
consulta
online no site da ONG Círculo de São Francisco.
Pergunta 09 – Então, como pensar a
informação transmitida por diversos mestres de Reiki de que no Universo há um
estoque de energia que somente os iniciados no Reiki podem acessá-lo através
dos símbolos?
Resposta - Pura mistificação. Seja
essa idéia criada pela mente do “mestre” encarnado ou de algum espírito
mistificador.
Pergunta 10 – Nesse sentido, se o
símbolo não tem essa força toda apregoada nos cursos de Reiki, a informação de
que qualquer pessoa pode canalizar a energia cósmica, desde que pague pela
sintonização é uma grande mentira?
Resposta - Todos nós temos energia
para doar, uns mais outros menos. Aqueles que têm mais bioenergia são os
chamados “médiuns de cura”. São estes
que se comprometeram, antes de encarnar, em doar essa energia, em auxiliar a
espiritualidade no socorro. Não foi ao acaso que possuem um sistema nervoso
diferente, propício para liberar ectoplasma. Assim, não importa se, na Terra,
ele se enveredou pelo caminho do Reiki, do passe, do Johrey ou outro nome qualquer. O médium
de cura não precisa ser iniciado no
Reiki porque ele já tem energia suficiente para doar e se não o fizer, sofrerá
as conseqüências em seu próprio organismo. O que ele precisa é aprender a doar
essa energia de forma racional.
Saber os locais adequados, e como
proceder, antes, durante e depois da sessão. Não é desenhando símbolos em
paredes, na palma da mão que ele estará agindo corretamente. A pessoa que não
tem energia para doar, poderá fazer
várias sintonizações, com diferentes “mestres”, e nunca sentirá nada. E vai
sair dizendo que tudo não passou de charlatanismo ou que determinado “mestre”
não o sintonizou direito. No fundo ele
não era um trabalhador para a espiritualidade. Ele não tem energia ou o
comprometimento para doar sua energia em trabalhos socorristas.
Pergunta 11 – E como saber se a
pessoa é ou não médium de cura?
Resposta – O universo sempre
conspirará ao seu favor, ou seja, ele
será lembrado de seu comprometimento de alguma forma. Aqueles que vão,
naturalmente, pelo Amor pouparão tempo. Assim, inconscientemente, todos sabem
qual é o seu grau de comprometimento. E todos, também, serão levados para uma
das diferentes técnicas, justamente, para aquela que melhor se adapte, tenha
ela símbolos ou não. Mas o importante é que ele se conscientize que deve ser
sempre um doador desinteressado, para que melhor possa saldar suas dívidas
pretéritas.
Pergunta 12 – Se a pessoa se
comprometeu a doar energia e cobra por ela, o que acontece quando desencarna?
Resposta – É muito comum os “médiuns
de cura” falharem. O egoísmo, o orgulho,
a vaidade costumam comprometer uma encarnação. E aquele que cobra ao invés de
doar sua energia, ao desencarnar irá tomar consciência que já recebeu na Terra
o que estava previsto para ele no plano espiritual. Ou seja, tomará consciência
de que sua dívida pretérita continua do mesmo tamanho, se não aumentou ainda
mais.
Outros podem, devido à dor moral,
que é muito mais sofrível que a dor física, entrar em um estado de sofrimento
similar aos descritos por autores que escrevem sobre os Vales dos Suicidas. No
fundo, cometeram também um suicídio, pois desperdiçaram mais uma encarnação
retificadora.
Pergunta 13 – Temos a impressão que
o movimento comercial em torno do Reiki é mais forte nos EUA. Na Europa há um
movimento chamado de Free Reiki que defende a difusão gratuita do Reiki...
Resposta - Não é á toa que os
umbrais mais horríveis também são nos EUA. Não é à toa, também, que os textos
psicografados ou canalizados, como se diz por lá, mais absurdos também são
produzidos nos EUA. Vocês não se divertiram, recentemente, lendo um texto
canalizado de um espírito-lagarto (12)?
(12) O
espírito comunicante se referiu a um texto canalizado por uma norte-americana
em que o espírito passava a informação de que ele era um ser superior, vindo de
um outro planeta e que sua forma era de um lagarto. Em determinado momento, o
“iluminado” lagarto pergunta ao leitor: eu sei que vocês estão interessados em
saber qual a relação que existe entre o tamanho da calda e o tamanho do
pênis. A probabilidade do tal lagarto
ser um zombeteiro aproveitando-se dos mecanismos da mediunidade é grande.
Pergunta 14 – Hoje em dia, a maioria
das casas que trabalham com o Reiki cobram. Pouquíssimas realizam o trabalho
como o da ONG. O que acontece com as
casas que cobram para aplicar reiki? O paciente não é auxiliado?
Resposta – Em primeiro lugar quem
disse que são poucas casas que fazem Reiki de graça? Não se sintam orgulhosos.
Há muitos locais fazendo um trabalho caritativo com o Reiki, e sem alarde.
Em relação à pergunta, tudo
dependerá do grau de compreensão da pessoa e do seu merecimento, tanto do
reikiano como do paciente. Por exemplo, aquele que fez o curso de Reiki e
aprendeu que deve cobrar, está seguindo uma orientação que lhe foi transmitida.
O seu mestre é muito mais culpado do que ele. O mestre é o responsável pelo que
o seu discípulo faz. Se este erra, a culpa é maior do primeiro.
E, da mesma forma que um fiel que
procura uma igreja, cujo pastor só esta preocupado em arrecadar dinheiro, será
auxiliado pela espiritualidade socorrista, no Reiki acontecerá o mesmo. Se o
paciente pagou ou não, não importará. Se ele tiver merecimento, terá o auxílio
necessário. O problema esta para o reikiano, pois não saldou parte de sua
divida anterior. Não poderá cobrar depois, pois já recebeu o que lhe era de
direito.
Pergunta 15 - E no caso do reikiano
também ser viciado em carne vermelha, fumar, gostar de tomar suas bebidas
alcoólicas nos dias de atendimento. Como se divulga nos cursos de Reiki que a
energia do terapeuta não interfere no processo, tais práticas não vão
prejudicar ainda mais o enfermo?
Resposta - A resposta é a mesma. Se
o paciente tiver merecimento, a espiritualidade irá isolar a energia do
terapeuta e irá buscar em outra fonte a energia necessária para realizar o
socorro ao paciente. Porém, se este não merecer, a espiritualidade deixará ele
receber aquela carga de energia deletéria que poderá deixá-lo muito pior do que
quando lá entrou. (13)
(13) Certa
vez, algum tempo antes de ter contato mediúnico com a espiritualidade, fiz um
curso sobre algumas técnicas de Mikao Usui, em um espaço que comercializa o
Reiki. Durante o curso, recebi energia de uma mulher que estava completamente
transtornada. Ela tinha complexos problemas emocionais em sua casa. Como o
“mestre” afirmava, constantemente, que a energia do praticante não interferia
no processo, aceitei receber a energia de minha companheira de curso. Passei,
após o curso, dez dias com febre e tendo pesadelos todas as noites. Liguei para
o mestre que ministrou o curso e ele me falou que eu estava tendo uma “crise de
cura”. Futuramente, com a espiritualidade da ONG, fui descobrir que eu havia me
intoxicado com tanta energia deletéria. A pessoa em questão despejou suas
angústias e crises familiares em cima de mim. Enquanto meu organismo não se
libertou daquela energia enfermiça, passei muito mal. A espiritualidade
permitiu que isso acontecesse para eu aprender a não me envolver em qualquer
experiência, sobretudo naquelas em que se comercializa o contato com a
espiritualidade, para o meu próprio
questionamento do fato e conseqüente amadurecimento.
Pergunta 16 – Este envolvimento da
espiritualidade nos tratamentos com o Reiki, é um assunto polêmico. Quando
lançamos o nosso primeiro livro sobre o tema, uma livraria esotérica encomendou
50 exemplares do livro. Em seguida, todos foram devolvidos com o argumento de
que não se tratava de um livro sobre Reiki, mas que era um livro “espírita”. Ao
mesmo tempo, as distribuidoras de livros espíritas não quiseram
comercializá-lo, com o argumento que Reiki não é espiritismo. Como pensar esse
paradoxo?
Resposta - É um exemplo do grau de
compreensão em que se encontra a humanidade.
Kardec afirmou que espírita é aquele
que acredita na manifestação dos espíritos. Os esotéricos também acreditam e,
nesse aspecto, eles também são espíritas. O problema é a industria Nova Era que
não aceita nada, gratuitamente. Ela vive do comércio espiritual. O livro traz
uma mentalidade nova, que causa um choque e fere seus interesses.
Como a mentalidade humana ainda é
“cartesiana”, fragmentando o mundo em partes, e como cada escola espiritualista
quer dominar o seu pedacinho e não aceitar nada que possa sair de seu controle.
E o medo ao novo leva ao fanatismo.
O livro que você escreveu não é
perfeito, tem falhas de interpretação que devem ser corrigidas em futuras
edições e tem informações que foram pedidas para não serem tornadas públicas.
Apesar disso, é um bom livro. Esclarece o papel da espiritualidade e enfatiza o
porquê da gratuidade no ensinamento e na aplicação do Reiki. Pessoas de mente universalista, acima das
picuinhas doutrinárias, compreenderão o livro. Outras não. Cada coisa em seu
tempo. Se o livro não chega até o leitor por uma via, procurem uma outra. Usem
a internet para divulgá-lo.
Pergunta 17 – Voltado ao Reiki,
quais são os cuidados que se devem ter antes, durante e após cada sessão?
Resposta – Antes de cada sessão é
importante se concentrar por alguns minutos, relaxar e fazer uma prece pedindo
a presença e a proteção da espiritualidade médica que trabalha na casa. Pode-se
deixar um copo de água para o atendente
e para o paciente beber, após a sessão.
Durante a sessão, o mais importante
é manter o pensamento elevado e a
concentração mental. Daí ser inadequado trabalhar em locais onde as pessoas
ficam conversando, vendo TV. Algumas pessoas conseguem até fumar enquanto enviam
energia. Isto é o cúmulo do absurdo, nesta divulgação mercadológica do
Reiki.
É importante permanecer concentrado
e com o pensamento elevado para melhorar a qualidade e a intensidade da energia
enviada para o paciente. Muitas pessoas se preocupam em desenhar corretamente o
símbolo e depois ficam todo o tempo contando os minutos que faltam para acabar
a sessão, ou pensando em problemas cotidianos. Essa não é a pessoa adequada
para auxiliar a espiritualidade em uma sessão de Reiki. Após a sessão, tanto o
terapeuta quanto o paciente podem, mentalmente, fazer uma prece de
agradecimento e tomar a água. O atendente deve deixar um intervalo de pelo
menos quinze minutos entre uma sessão e outra. E, sempre que possível, entrar
em contato com a natureza para absorver saudáveis glóbulos de vitalidade e
fazer um lanche leve.
Além disso, no dia de atendimento,
nunca se alimentar com carne, e se abster do consumo de cigarro e bebidas
alcoólicas.
Pergunta 18 – Se tudo isso é
necessário, então o reikiano não é um simples canal para a energia
cósmica?
Resposta – Não adianta a água ser
limpa se o cano por onde ela irá circular se mantiver sujo, contaminado. A
sujeira do cano poluirá a água. E se apenas a energia cósmica fosse necessária
no socorro, a espiritualidade não necessitaria do auxilio dos encarnados. É
preciso a energia vital dos encarnados, do ectoplasma. Sem este não há como
auxiliar os enfermos. É claro que, quanto mais amor envolvido no ato, mas
energia cósmica e apoio espiritual o reikiano vai receber. Porém, é a energia
que hoje vocês chamam de energia zôo que nós precisamos para fazer remédios e
os instrumentos utilizados durante a sessão.
Pergunta 19 - É importante nos
cursos enfatizar que o trabalho
principal é feito pela espiritualidade socorrista? Que o atendente é apenas um
instrumento doador de ectoplasma? Falar em reencarnação? Isso não pode afastar
a pessoa que tem medo de espírito? Algumas pessoas que conhecem tal fato
afirmam que nem tudo o paciente deve saber, caso contrário diminuiria o número
de pessoas procurando por auxílio.
Resposta – A pessoa que tem medo de
espíritos tem medo de si própria. Todos nós somos espíritos, só que uns estão
encarnados e outros são incorpóreos. Se a preocupação de vocês for ganhar
dinheiro ensinando o Reiki, então omitam a existência dos espíritos, falem que
o Reiki cura todos os problemas, inclusive os morais e cármicos. Porém, se
vocês querem saldar suas dívidas, querem ajudar o mundo a se tornar mais
esclarecido, tanto do ponto de vista intelectual e moral, se desejam purificar
sua alma eterna, ensinem a verdade. Falem da reforma íntima sem a qual nenhuma
cura acontece. Não importa se vocês terão cem ou
cinco alunos. O mais importante é a
qualidade do que se ensina. E as pessoas que falam que se deve omitir a
verdade, será que falam isso porque querem ajudar o próximo, ou será que estão
com medo de perder um cliente? Vocês não devem se esquecer que, quanto maior o
conhecimento, maior a responsabilidade. Se você já tem certeza que o Reiki é um
trabalho espiritual e mesmo assim omite tal informação, com a justificativa que
está ajudando a pessoa, analise, realmente, o seu verdadeiro interesse. Muitas
escolas iniciáticas só ensinavam os mistérios da reencarnação para os
discípulos mais evoluídos, pois uma verdade mal ensinada ou compreendida pode
causar mais mal do que bem. Por isso, omitir certas informações pode ser útil,
em alguns casos. Mas omitir não é mentir. E se a omissão for por interesses
comerciais, as conseqüências serão ainda mais graves. Existem reikianos que
enxergam a ação dos espíritos, pois são videntes, e mesmo assim ensinam que não
há a participação dos espíritos, e que a energia é inteligente e capaz de
curar, de forma milagrosa, todas as doenças. E, para complicar, ainda cobram
pela sessão. Eu não gostaria de estar na “alma” desse reikiano.
Pergunta 20 – Então o Reiki não faz
milagres, como muitos apregoam? Sem a transformação interior ele é ineficaz?
Resposta - Com certeza. Tanto o
paciente necessita se conscientizar da realidade espiritual, assumindo sua
obrigação de se transformar interiormente para merecer a cura, como o atendente
para emitir fluidos cada vez mais salutares. O reikiano não cura ninguém, e nem
mesmo a espiritualidade. É o enfermo que faz por merecer a cura. A espiritualidade
sabe como tirar o câncer do pulmão de um fumante inveterado, mas se, em um
passe de mágica, o câncer for retirado, tal pessoa aprenderá que o cigarro é
nocivo? Se ele precisa aprender pela Dor, será pela Dor que aprenderá. Por isso
procurem sempre enxugar o carma de vocês
com o Amor, com a mudança de
atitudes, de pensamentos e sentimentos. Com a doação desinteressada de energia.
Mas nunca prometam a cura, para nenhuma enfermidade.
Pergunta 21 – Uma dúvida que sempre
surge quando se ensina o Reiki está na divisão dos diferentes corpos sutis.
Devemos seguir a tradição oriental que trabalha com a divisão em sete corpos ou
com a divisão trina de Kardec em corpo físico, perispírito e espírito?
Resposta - Depende do público. Ambos
os sistemas são corretos. Mostrem os dois sistemas. Um não é, necessariamente,
contrário ao outro. Eles não são excludentes.
Se for um público majoritariamente kardecista, fale apenas dos três
corpos, não entrem em polêmica estéril.
E se for um público que possui noções mais amplas sobre os corpos sutis,
pode falar na divisão oriental em sete.
Os dois sistemas são corretos, tudo
depende do ponto de vista do observador. E esta informação não fará diferença
para o atendimento do paciente necessitado de energia. Este não se importa se o
seu corpo fluídico será chamado de perispírito ou de corpo astral. Aliás,
muitos pacientes estão mais preocupados com problemas do corpo físico. Eles
precisam ser despertados para a realidade dos corpos mais sutis.
Pergunta 22 - Sabemos que, em muitos
casos, o paciente adormece e seu corpo astral (perispírito) é levado para
tratamento em hospitais do plano espiritual. Quais são os tipos de tratamento
que acontecem nesses casos.
Resposta – O tratamento será
realizado em função da Fé e do Merecimento de cada paciente, sem ferir a Lei do
Carma. Os tratamentos são tanto de ordem física como espiritual. Em relação a
estes, é importante vocês estudarem a Apometria e as enfermidades
diagnosticadas pelo Dr. Lacerda. Sua obra sintetiza as enfermidades espirituais
que costumam ser tratadas em uma sessão de Reiki. A diferença é que, como vocês
não são treinados, nem todos conseguem se desdobrar e acompanhar o tratamento realizado pela
espiritualidade. Às vezes ocorre o
desdobramento do atendente, mas poucos são os que conseguem se lembrar do que
aconteceu ou o encaminhamento dado pela espiritualidade.
O Dr. Lacerda, eminente médico e
espírita, foi o criador do termo Apometria. Ele descreve
em suas obras onze distúrbios
espirituais. Neste livro, apenas
citaremos os nomes dos distúrbios.
Em breve, estará à disposição do
leitor, gratuitamente, em nosso site, a descrição de cada um deles,
conforme o Dr. Lacerda os estudou e
os classificou: indução espiritual, obsessão espiritual, simbiose, parasitismo,
estigmas cármicos não obsessivos, síndrome dos aparelhos parasitas no corpo
astral, síndrome da mediunidade reprimida, arquepadias, goécia, síndrome da
ressonância vibratória com o passado e correntes mentais parasitas
auto-induzidas. O leitor interessado também poderá consultar informações no
site da Casa do Jardim, acessando-o através do link existente no site da ONG
Círculo de São Francisco (www.csf.org.br).
Pergunta 23 – Já tivemos pacientes
que descrevem lugares belíssimos durante a sessão. Outros narram que viram uma
cachoeira e que sentiam os pés na água. Isso seria real ou fruto da imaginação?
Resposta – Durante o desdobramento,
muitos são levados para locais com cachoeira e outros elementos da natureza
para repor as energias. Dependendo do grau de sensibilidade da pessoa e do
merecimento para se lembrar depois, elas terão a lembrança do que aconteceu
durante todo ou parte do tratamento.
Pergunta 24 – E as sensações de
agulhadas em várias partes do corpo que muitos pacientes descrevem. O que seria
isso?
Resposta – A espiritualidade utiliza
diferentes técnicas para tratar os pacientes. Cada corrente espiritual possui
uma técnica própria. As correntes orientais gostam de utilizar a acupuntura
durante o Reiki. É claro que não são agulhas como as da Terra. São agulhas
fluídicas colocadas no perispírito do paciente através do pensamento. Às vezes
o tratamento utiliza técnicas de massagem e até Do-In, entre outras.
Pergunta 25 – E existe alguma
vantagem ou mesmo desvantagem do reiki em relação ao passe espírita?
A desvantagem está na mistificação.
Todas as histórias mistificadoras que assolam o Reiki, os vários graus de
médiuns fascinados por histórias de extraterrestres que transmitem símbolos
“sagrados” que devem ser mantidos em segredo, como se o símbolo fosse a coisa
mais importante e não a mente e a vontade de ajudar; o charlatanismo, as falsas
promessas de curar toda e qualquer doença. Todas essas mentiras e mistificações
formam o joio que deve ser arrancado.
Mas há, também, inúmeras vantagens,
sobretudo, no procedimento junto ao paciente. Ao invés da fila e da
impessoalidade que predomina no passe, no Reiki utiliza-se uma maca. O paciente
recebe energia com hora marcada. A sessão não é de apenas três minutos. O
tratamento é muito mais completo do que em um simples passe, pois este visa
harmonizar a pessoa. O que não significa que muitas casas espíritas ou centros
de umbanda não façam os “passes de cura” que são mais longos e voltados para
tratamentos mais complexos, como os que a espiritualidade realiza durante o
Reiki.
No Reiki não há preconceitos
doutrinários que impeçam o atendente de colocar uma música relaxante no fundo,
usar essências aromáticas(14) que ajudam no tratamento. Toda a ambiência criada
para a sessão de Reiki é importante. Os meios são tão importantes quanto os
fins, que são os mesmos no Reiki e no passe. Lembrando, sempre, que nenhuma
técnica transgride a Lei do carma e do merecimento.
(14) No
segundo livro dessa série publicamos uma lista com essências aromáticas
transmitidas pela
espiritualidade
para uso durante a sessão de Reiki.
Pergunta 26 – E em relação à
polêmica de tocar ou não no paciente? Nos cursos de orientação mediúnica os
passistas aprendem que não se deve tocar, de forma alguma, no paciente. O
Reiki, por sua vez, costuma ser feito
através do toque. Há problemas em se tocar o paciente?
Resposta – Esta diferença ressalta
as diferenças de mentalidade entre o Ocidente e o Oriente, entre a visão de
mundo ocidental-cristã e a oriental. Existe muito pavor e incompreensão em
relação ao corpo físico aqui no
Ocidente. A nossa visão de mundo é dicotômica. Desde a Antiguidade se separa,
radicalmente, espírito e corpo. Na verdade, parece que á uma guerra Espírito X
Corpo. Em alguns momentos da história ocidental se valoriza o corpo em
detrimento do espírito. Em outros, o contrário. Falta para nós a visão
integrativa oriental.
No oriente, suas práticas
espirituais e mesmo profanas buscam sempre o equilíbrio físico, mental,
emocional e espiritual. Não se concebe uma coisa dissociada da outra. Além
disso, a massagem ou o toque não tem a conotação pejorativa e sexualizada que
tem no Ocidente. O ato de tocar, de massagear é visto com naturalidade no
Oriente. Aqui vocês levam tudo para o campo da sexualidade, devido à própria
formação cultural e sexual do homem ocidental. Aqui, ao mesmo tempo, onde a
maioria das religiões cristãs trata o sexo como Tabu, vocês são bombardeados
por propagandas e programas de TV que vivem da
exploração de um erotismo
desenfreado. O homem ocidental vive angustiado pelo medo do pecado, de um lado,
e pelo erotismo exacerbado, de outro. Sem segundas intenções, seria possível
aplicar Reiki e fazer massagem(15) ao mesmo tempo, principalmente, nos pés. Mas
o atendente necessita ter um autocontrole, dominando seus instintos inferiores.
O único momento em que não se deve tocar no paciente é quando, o que é raro,
ocorre uma “incorporação”. Se a sala é preparada para o trabalho e é protegida
pela espiritualidade, raramente isso irá acontecer. Mas é preciso lembrar que
se o paciente for um médium e estiver sob forte ação obsessiva, é necessário
mandar energia sem tocar na pessoa e fazer muita prece para a espiritualidade
adormecer e levar para esclarecimento aquele irmão obsessor.
Vocês devem sempre se lembrar que na
hora do tratamento, seja com o Reiki ou com o passe, o momento não é para
desenvolvimento mediúnico e nem para doutrinação.
(15) Com a
espiritualidade oriental aprendemos algumas manobras simples que podem ser
feitas nos pés, nas orelhas e até nas faces do paciente, desbloqueando energia
estagnada no corpo físico e tensões musculares.
Pergunta 27 - E por que alguns
pacientes incorporam durante o Reiki?
Resposta – Esse processo deve ser
evitado e nunca estimulado. Quando o local onde a sessão estiver acontecendo
for protegido pela espiritualidade superior, esse risco é quase nulo. Se o
paciente vem para a sessão acompanhado por irmãos desencarnados que necessitam
de auxilio, estes são retirados e levados
para esclarecimentos ou socorro na própria casa, em sua dimensão astral, ou em
uma outra casa espiritualista, kardecista ou de umbanda, conforme o grau de
compreensão do espírito. Porém, quando o
local não possui a proteção necessária ou quando a sessão é feita na casa do
próprio enfermo e, principalmente, em
locais de baixa vibração como bares, boates e locais similares, o risco de
acontecer uma manifestação mediúnica é maior, obviamente, se o paciente for
médium sem estudo.
É preciso esclarecer que, em alguns
casos, o paciente pode possuir um obsessor que o acompanha por muitas
encarnações. Eles se revezam continuamente. Ora um é o obsessor, ora o outro. E
este ciclo de ódio pode se arrastar por muitas encarnações, enquanto não houver
o perdão. Eles são tão unidos que se retirarmos o obsessor, o paciente pode até
desencarnar. Nesse caso, ambos necessitam entrar juntos na sala. Não há como
evitar a presença do obsessor durante a sessão. Daí a importância de um cuidado
maior do atendente, elevando sempre o pensamento, procurando manter seu padrão vibratório
elevado para facilitar o socorro a ambos.
Pergunta 28 – Foi comentado que o
Reiki não cura, e que sem o Merecimento do paciente, nada é possível. E como
explicar a cura de animais?
Resposta – Nossos irmãos menores, os
animais, não estão submetidos á Lei do carma, não, pelo menos, como acontece
com os seres humanos. Eles não têm ainda o livre-arbítrio, logo não colhem no
presente o que semearam no passado. Ou seja, os frutos de seus atos em
encarnações passadas.
Os animais não reencarnam com
toxinas perispirituais para serem drenadas para o corpo físico. Porém, sofrem
os efeitos da vida “selvagem” da Terra ou das imprudências dos seres humanos
sobre o meio ambiente, por exemplo. É
por isso que também ficam doentes.
E nem todas as doenças que os seres
humanos possuem são “cármicas”, no sentido das expiações de vidas passadas.
Muitas são causadas pelas imprudências
na vida atual.
Pela alimentação inadequada, pelo
consumo de álcool, drogas e cigarros,
entre outros fatores.
O importante, porém, é ressaltar que
nossos irmãos menores não precisam da Fé
e nem do Merecimento. Eles não bloqueiam a energia, como uma pessoa sem Fé.
Lembremos que Fé não é ter, necessariamente, uma religião, mas estar aberta,
receptiva ao tratamento vibracional. É por isso que sempre enfatizamos que não
é falta de caridade deixar de atender uma pessoa que não acredita no Reiki, um
cético. Não é comum alguém que passa pela sessão dizer que seria bom o marido
ou o filho participar de uma sessão, mas que ele não acredita, acha que tudo é
bobagem? Pois bem, uma pessoa assim,
cria uma capa energética em volta de seu corpo, similar a uma armadura. Nem Jesus seria capaz de
atravessar essa barreira com seus fluidos puros e salutares. Isso é o
livre-arbítrio. Tal pessoa não iria sentir nenhuma melhora e seria mais um
difamador do trabalho.Por isso, se a pessoa não procura a ajuda, ou não esta
receptiva, preocupem-se com
aqueles que já estão prontos para
serem tratados pelas técnicas mais sutis, vibracionais e não invasivas como
são, ainda, as da medicina da Terra.
Pergunta 29 – Para não deixar
dúvidas ao leitor, gostaríamos que vocês falassem sobre a “sintonização” no
Reiki. Sobre o papel do “mestre” de Reiki nesse processo?
Resposta – O mestre tem um grande papel,
sobretudo moral. Você é responsável por tudo o que você ensina aos outros. Os
atos que seus alunos tiverem, baseados no que foi ensinado para eles, é de
responsabilidade de quem ensinou. É por isso que a missão do professor, seja
qual for o nível, é de muita responsabilidade. Os escritores também se
encontram nessa categoria. Um livro difamatório, que difunde inverdades, que prega preconceitos etc. vai
gerar carma ao escritor. Tudo é regido pela Lei da causa e efeito. O mestre de
Reiki, entendendo aqui como professor de
Reiki, porque Mestre só temos um, que é Jesus, deve estimular o uso correto da
energia, sem mistificação, sem charlatanismo, através da bondade e do amor
incondicional. Como se pode falar em amor incondicional cobrando pela sessão?
Esperando algum retorno material ou mesmo espiritual?
Dizer que existe uma energia
específica no Cosmos que é acessada apenas por quem foi sintonizado no Reiki,
ou seja, pagou para participar de um ritual, é charlatanismo. Então Jesus não
teria tido acesso a essa energia? Uma vez que ele não usava nenhum símbolo
milagroso. Usava apenas sua vontade e força mental.
Não existe sintonização nenhuma. A
pessoa só precisa saber como se preparar antes, durante e após a sessão para
não se desgastar; deve se preocupar com o local onde a sessão irá acontecer, e
procurar sempre aumentar seu padrão
vibratório e contato com a espiritualidade superior através de sua própria
reforma íntima.
O verdadeiro mestre de Reiki ensina
através do exemplo, através da humildade e da resignação. Sua transformação
interior, através do abandono de vícios, do orgulho e do egoísmo é o sinal de
que se tornou seu próprio mestre.
Conclusão
Crê-se geralmente que, para
convencer, basta mostrar os fatos; esse parece com efeito o caminho mais
lógico, e, todavia, a experiência mostra que não é sempre o melhor, porque
vê-se, freqüentemente, pessoas às quais os fatos mais patentes não convencem de
modo algum. A que se deve isso? Allan
Kardec
Este livro encerra a trilogia de
estudos sobre o Reiki, sob a inspiração de algumas entidades espirituais das
chamadas “Correntes Orientais”. O objetivo desta trilogia, conforme orientação
das entidades comunicantes, é o de resgatar a dimensão sagrada e espiritual do
Reiki, rompendo com as mistificações criadas pela indústria “Nova Era”. Essa
trilogia foi iniciada em 2004 com a publicação do livro “Dharma-Reiki: o
aprimoramento espiritual e a caridade como caminhos para a cura”, que enfatizou
a necessidade da reforma íntima, o valor da Fé e do merecimento para se obter a
cura. O trabalho prosseguiu,
em 2005, com a publicação do livro
“Os símbolos do Reiki e seus ensinamentos morais”, desmistificando o papel dos
símbolos e os reconduzindo ao seu devido lugar, como representação de
ensinamentos morais, relacionados,
diretamente, ao caminho da Iluminação, dentro da tradição budista.
Este último livro da trilogia foi
“encomendado” pela espiritualidade para denunciar o charlatanismo e as inúmeras
mistificações que cercam o Reiki, além de servir como uma espécie de manual de
“auto-iniciação” para todos os interessados em servir, desinteressadamente,
visando apenas o bem-estar do próximo e a evolução espiritual do planeta Terra
como um todo.
Com o encerramento da trilogia,
acredito ter encerrado esse meu compromisso com a espiritualidade no que se
refere ao estudo e difusão do Reiki, podendo, assim, se for do meu merecimento,
partir para um novo vôo espiritual mais profundo. Sei que esta trilogia
incomodará aqueles que fazem do Reiki uma profissão, mas estou com a minha
consciência tranqüila por ter aceitado o convite da espiritualidade para tecer
estes três livros e torná-los públicos. Apenas o tempo poderá dizer quem tem
razão, a espiritualidade que transmitiu tais concepções sobre o Reiki ou a
indústria “Nova Era”.
Gostaria de ressaltar que, em 2001,
fui convidado para assumir este compromisso porque a pessoa que deveria
fazê-lo, na atual encarnação “entrou de cabeça” na dimensão comercial do Reiki,
abandonando, dessa forma, a missão que havia assumido antes de encarnar.
Procurado pela espiritualidade, aceitei o convite mesmo sabendo que não seria
um trabalho tão simples, pois encontraria muitas barreiras e receberia muitas
críticas, inclusive dos “espíritas” que classificariam o trabalho da ONG e
estes livros como “não-doutrinários”.
Uma entidade espiritual médica,
mentora da chamada Associação Médico-Espírita, havia me orientado para não
responder às críticas que recebesse e continuasse a pesquisar, concentrando-me
na produção dos textos. Cometi algumas gafes com a espiritualidade, divulgando
algumas “curiosidades” que me foram reveladas e que não eram para se tornarem
públicas, como algumas de minhas encarnações e o fato de Mahatma Gandhi e São
Francisco de Assis serem personalidades vividas pelo mesmo espírito. Essa é uma
informação que poucos estão
capacitados para compreender, mesmo no meio espírita, pois muitos não conseguem
aceitar que uma personalidade que não seja cristã, como Gandhi, possa ser
evoluída. Uma médium kardecista, avessa aos trabalhos socorristas dos índios e
dos pretos-velhos, nos disse que Gandhi não podia ser um espírito tão evoluído
porque ele não era cristão. São Francisco teria, assim, “involuído” se tivesse deixado de ser cristão
para se tornar hindu.
Infelizmente, essa pessoa, como muitas
outras, desconhece que nem toda alma que adquire uma sensibilidade crística é,
necessariamente, cristã. E nem todo aquele que se diz cristão possui uma alma
crística.
Apesar de alguns obstáculos, a força
obtida junto ao mundo astral foi importante para, nesses mais de quatro anos,
prosseguir nos trabalhos e implantar, na cidade de São Carlos, a ONG Círculo de
São Francisco, no ano de 2003. Na ONG difundimos, gratuitamente, cursos e
atendimentos de Reiki para as pessoas interessadas.
Segundo a espiritualidade, uma das
maiores farsas do movimento “Nova Era” é o Reiki. Está técnica se tornou a
coqueluche do momento, com revistas e livros “especializados”. Rituais e
malabarismos são criados diariamente para criar espetáculos cada vez mais
caros. A “sintonização” na técnica costuma ser mais cara quanto mais apetrechos
são utilizados no ritual-espetáculo. Alguns “mestres” assopram as mãos do
iniciante, outros usam penas, outros espadas e assim por diante. Porém, a única
coisa
realmente necessária para se enviar
energia ou Reiki é a boa vontade, o amor e o pensamento elevado.
O Reiki nada mais é do que a emissão
de nossa energia vital ou ectoplásmica. Todos nós temos energia para doar, uns
mais outros menos. No espiritismo, a pessoa que tem muita energia para doar é
chamada de “médium de cura”. Estas pessoas são as que terão condições de
trabalhar com o Reiki. Uma pessoa que não tenha energia para doar, mesmo que
faça o curso com o mais popular mestre de Reiki, não terá como ajudar a
espiritualidade socorrista. E quanto mais Fé a pessoa tiver, mais auxílio do
Alto ela obterá.
Ninguém precisa de mestre, de
símbolos ou de qualquer outro objeto material para enviar Reiki. Há mestres que
dizem que somente o “kit esotérico” comprado em sua própria loja é capaz de
ajudar a pessoa a enviar Reiki, entupindo o incauto de espelhos, cristais,
flautas de bambu e outros apetrechos.
A pessoa que acredita que só será
“sintonizada” quando alguém falar algumas palavras de ordem, assoprar suas
mãos, fazer com que fique em posições ridículas, como colocando as mãos
entrelaçadas sobre a cabeça por cinco minutos e, além disso, paga R$ 500,00, R$
1.000,00 ou até R$ 5.000,00 para este teatro, infelizmente desconhece que a
realidade espiritual é muito mais simples e que está sintetizada na frase de
Jesus: “bata e a porta se abrirá”.
O ensino do Reiki é importante, mas
em relação ao como proceder para enviar energia sem se enfraquecer, sem sofrer
nas mãos de entidades obsessoras e para enfatizar a importância da reforma
íntima e os ensinamentos morais dos símbolos. Infelizmente, o que costuma ser
deixado de lado nos cursos de Reiki. Como afirmou Kardec (G, p. 10), o
espiritismo deve ser a resultante do ensinamento concordante e coletivo dos
espíritos. E, mesmo que os kardecistas não aceitem discutir o Reiki, os
espíritos, em vários trabalhos mediúnicos pelo Brasil afora, afirmam que ele é
uma técnica que deve ser praticada sempre de forma desinteressada e gratuita.
Parte do Texto, publicado no site da ONG Círculo de São Francisco
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O seu pensamento de agora, produz o seu futuro!